Carta à Revista Veja – “Cofre cheio não faz barulho”
Prezado Editor,
Li a Veja desta semana e – sinceramente – fiquei bem decepcionado com a matéria. Gostaria de ler algo realmente novo a respeito desta “Nova Geração de Profissionais” com alto nível de especialização, fortuna e respeitabilidade e não encontrei nada! Vejamos.
Especialização: trabalho há 30 anos no ramo e sempre vi meus colegas viajando em busca de aperfeiçoamento e novidades em produtos. Hoje, os novos profissionais (que não são estes a que me referi antes) estão trabalhando muito para conquistar um espaço. Afortunados? 20 anos atrás, sim. Até conheço alguns, mas são low profile. Respeitabilidade? Como assim? Ser amigo e frequentar a casa de político?! Há uma inversão de valores aí. Tô fora!
Continuando, a matéria se desenvolve com o mesmo papo que costumo ouvir em eventos fashion/beauty: “eu comprei, eu tenho…” e por aí vai. Ostentação, autoafirmação e toda exacerbação de narcisismo. Nada contra o uso da riqueza conquistada; cada um faça o que quiser com seu dinheiro, mas não precisa tocar trompete. A realidade do nosso País é de pobreza e violência por toda parte. O desdobramento desse discurso é o ódio dos que sofrem e seu consequente desejo de vingança.
Como já sei e é bem comum nesse métier, alguns dirão que eu estou com inveja por não ter participado da matéria. Ao que respondo que já fui capa da Veja SP e posso afirmar que isto não mudou em nada minhas convicções aqui expostas.